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quinta-feira, 2 de julho de 2020

Tempo Novo


Eu tenho sonhado um tempo novo na vida da comunidade humana. Um tempo onde os governantes sejam tementes a Deus. Um tempo onde o comunismo e o socialismo esquerdista escravocrata sejam banidos da face da terra. Um tempo onde os bens produzidos pelo trabalho do povo sejam devidamente remunerados por aqueles que detém o capital.

Um tempo onde o direito à propriedade, a moradia, de ir e vir, de falar e pensar, de concordar e discordar, o direito à justiça para os pobres e aplicação da pena nos ladrões de colarinho branco seja realidade. Um tempo em que todos sejam iguais perante a lei... (Art. 5º CF), e que o rigor da lei se apliquem a todos os que erram, independentemente de cargos públicos ou status social.

Um tempo onde o povo tenha o direito a um sistema de saúde de qualidade, onde nossas crianças e jovens tenham uma educação para vida toda. Uma educação que os ensine a serem capazes de fazer uma leitura crítica da realidade, que resgate neles os valores éticos, morais e espirituais que serve de referencial para o ser humano - “ser humano” -, e conscientemente ajudar na construção de uma sociedade justa, fraterna e igual.

Um tempo, em que Deus possa ocupar os espaços vazios do coração humano e nele habitar para sempre. Um tempo em que o homem será de fato um templo de Deus, independentemente de sua religião, neste homem “A justiça será como o cinto de seus rins, e a lealdade circundará seus flancos” (Is 11,5), e a sociedade humana viverá em paz, pois “...o lobo será hóspede do cordeiro, a pantera se deitará ao pé do cabrito, o touro e o leão comerão juntos, e um menino pequeno os conduzirá; a vaca e o urso se fraternizarão, suas crias repousarão juntas, e o leão comerá palha com o boi” (Is 11,6-7). Queridos(as), este tempo é a utopia que tenho sonhado e por ela tenho orado e pedido ao Senhor Jesus, que logo se cumpra. Amém!

Desejo-lhes um dia de Paz e bênçãos do Senhor!

Diác. Misael

sábado, 25 de abril de 2020

Caros amigos e amigas!

Nós os cristãos católicos, somos convidados à aprofundar nosso conhecimento sobre a pessoa de Jesus Cristo, através da leitura das Sagradas Escrituras. Pois, ela tem por objetivo nos capacitar e indicar a direção para um verdadeiro encontro com a pessoa de nosso Senhor Jesus Cristo. Quem deixa se encontrar por Jesus, encontra uma grade tesouro, encontra um caminho de vida plena, encontra um Bom Pastor, encontra uma fonte de água viva, encontra a certeza de vencer as tentações, encontra a paz no coração, encontra vitória sobre o mal, encontra força e alegria para viver, encontra a certeza de vida eterna.

Amados(as) a Igreja nos oferece como fonte de nutrição para nossa vida espiritual a “Palavra de Deus” e a “Santa Eucaristia”, isto é, o partir do Pão e a escuta da Palavra. A Palavra de Deus e o partir do Pão são os caminhos para santificação diária do cristão católico, são caminhos para nossa conformação a “santidade de Deus” “A exemplo da santidade daquele que vos chamou, sede também vós santos em todas as vossas ações, pois está escrito: Sede santos, porque Eu Sou Santo” (1 Pedro 1, 15-16).

Amados, essa grande e desafiadora aventura já começou em nossas vidas, quando Jesus disse: “...Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância” (João 10,10).  Vida em abundância é vida em Deus, é vida vivida em Jesus Cristo. É vida nova, vida venturosa, que começou quando eu e você nos permitimos ser amados por Deus e aceitamos o seu Plano de Salvação para nossa vida. Foi quando descobrimos que éramos pecadores e que estávamos separados de Deus e não tínhamos comunhão espiritual com Ele, não participávamos e não sentíamos em plenitude seu amor por nós.

Mas, quando Jesus passou a ser o único caminho para que pudéssemos chegar a Deus, e através dele experimentar o Amor de Deus e seu Plano de Salvação para nossa vida, tudo mudou. E, hoje agradecemos à Deus por Cristo estar presente em nossa vida e principalmente porque Ele prometeu que jamais nos abandonará “Eis que estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos” (Mateus 28,20).

Portanto, digamos hoje e sempre que Jesus é o Senhor da nossa vida, porque Deus afirmou na sua Palavra, que Jesus estará em nossas vida. “...se alguém ouvir a minha voz e me abrir a porta, entrarei em sua casa e cearemos, eu com ele e ele comigo” (Apocalipse 3,20), essa é uma promessa de Deus para que nós vivamos confiantes em nossa “vida em Cristo”. Vivamos então, uma vida centrada na Palavra de Deus e no Pão vivo que desceu do céu. Amém!

Tenha um dia frutuoso e abençoado com Paz e bênçãos do Senhor!

Diác. Misael


sexta-feira, 8 de junho de 2018

O Templo, falsos profetas e os políticos




Acredito que a missão do batizado e quando falo batizados, falo de homens e mulheres que colocaram suas vidas a serviço do Reino de Deus não para viver como serviçais das políticas mentirosas que grassam nosso País ou melhor nossa sociedade. Estar travestido de cristão e ostentar um bandeira política não significa necessariamente que tais pessoas sejam testemunhas do Evangelho.

O Deus de certos cristãos midiáticos, histéricos e de milhares de outros que lamentavelmente a nossa televisão mostra diuturnamente é o dinheiro, e o ritual que adotam para suas vidas é o mesmo do capitalismo selvagem, exploram, são autoritários, manipuladores, bajuladores, massacram e roubam o povo. Tudo que esses falsos profetas querem é o poder e os meios para se enriquecerem mais e mais. Eles são apoiadores daqueles que venderam a alma para diabo, só para manter-se beneficiários do poder.

Essa gente superficial, irresponsável e traidora da Cruz e do Evangelho de Cristo, segue o modelo dos vendedores do templo contra quem Jesus se insurgiu com chicotadas. Jesus condenou o sistema escravocrata operante da época, onde os poderosos vendilhões do templo arrebentavam pessoas ignorantes, escravizando-as financeiramente com apoio da religião. Esses vendilhões continuam atuantes na política escravocrata atual com aval de “falsos pastores”, basta ver a “cara” deles na mídia com seus programas religiosos. Hoje, Jesus precisaria um “pau de arara” para chicotear essa raça, já que a “turba” e muito grande.

Esses que se intitulam pastores e são apoiadores de políticos corruptos, a meu ver são escoriais da sociedade cristã, sua permissividade é prejudicial a tudo que os verdadeiros cristãos seguidores do Evangelho de Jesus tem como “projeto de libertação” dos pobres. O que estes homens dizem e fazem, anda na contramão do verdadeiro cristianismo, porque traem a essência do que Jesus ensinou e que está representada no “amor e na cruz” e não em tronos e privilégios de políticos frutos da corrupção e do roubo que tira a saúde, a educação, a segurança e a dignidade do povo. Ai de vós...falsos profetas e políticos!

Diác. Misael da Silva Cesarino - 08/06/2018




domingo, 17 de dezembro de 2017

NOSSO DESAFIO ECLESIAL HOJE

O nosso maior desafio enquanto Igreja nos dias de hoje, não está no mundo exterior, mas sim dentro da própria Igreja, é viver o Evangelho de Jesus de tal forma que ele se torne uma mensagem atraente para as crianças, jovens e idosos. Enfim para os homens e para as mulheres do nosso tempo. Só que essa mensagem tem que ser autêntica, fiel a doutrina e responder as interrogações do mundo de hoje. Essa mensagem tem ser acreditável, pelo anúncio explícito do Evangelho vivido e testemunhado.
Penso que, se ainda não somos convincentes, cativantes em nossas ações evangelizadoras, é porque ainda existe muito amadorismo em relação à formação e preparação dos nossos fiéis, em especial com as lideranças, que desembocam em “graves conflitos, muitas discórdias, divisões, apegos aos cargos, servilismos, acúmulo de responsabilidades, etc.” (Doc 105 CNBB, 47); e ainda “a necessidade de superação do analfabetismo bíblico, a preocupação com os afastados, a saída da zona de conforto, a qualidade das nossas reuniões, a necessidade de mais transparência na administração das finanças” (cf. Doc 105, CNBB 49).
O sábio Papa Francisco com seus olhos de águia, no seu discurso à Cúria Romana, em 23 de dezembro de 2014, elencou quinze doenças que estão presentes em nossas instituições eclesiástica, inclusive nos conselhos de pastorais. Replico aqui o texto do Doc 105 CNBB. 48, que diz: “o sentir-se imortal, imune ou até mesmo indispensável; o martilismo (que vem de Marta); o emperdimento mental e espiritual; a planificação excessiva e o funcionalismo, a má coordenação; o Alzheimer espiritual; a rivalidade e a vanglória, a esquizofrenia existencial; a bisbilhotice, murmurações e mexericos; a divinização dos chefes; a indiferença para com os outros, a cara de fúnebre; o acúmulo; os círculos fechados; o proveito mundano, os exibicionismos. Esses também são males -desafios- à serem vencidos.
O Papa avança nos seus ensinamentos criticando o neopelagianismo[i] eclesiástico, dando exemplos concretos como o: “carreirismo, clericalismo, gnosticismo, elitismo, tradicionalismo e outros”. Ele refere também “à idolatria do mercado, à centralidade do dinheiro, ao apego ao poder”. Males estes que afetam o mundo e as suas práticas, recusando cada vez mais a ação gratuita de Deus; mas que também está presente na igreja. Muitas vezes se age como simples funcionários e burocratas da instituição eclesial, confia-se demais nas forças e cálculos, atua-se como agentes de uma empresa, uma ONG, uma agência de serviços (cf.Doc 105 CNBB, 50.
Estes desafios eclesiais só serão vencidos, e o Evangelho se tornará uma mensagem atraente para as crianças, jovens, idosos, enfim para os homens e para as mulheres do nosso tempo, se: clérigos, cristãos leigos e leigas forem “Sal e luz do mundo” (Mt 5.13-14), “se sairmos de nós mesmos, para iluminar, doar-se, dar sabor e dissolver em prol do Evangelho, pois nem o sal, nem a luz, nem a igreja e nenhum cristão vive para si mesmo” (cf. Doc 105 CNBB, 13).
Enfim, se a Igreja, isto é, cada um de nós, clérigos, leigos e leiga quisermos evangelizar, devemos renovar-se permanentemente, buscando incessantemente nossa conversão (cf. EN 10) e começando a evangelizar-se a si mesmo (cf. EN 15). Diz o Papa Francisco, que é preciso tomar cuidado com o “mundanismo espiritual” que se esconde por detrás de aparências de religiosidade e até mesmo de amor à Igreja e busca, em vez da glória de Senhor, a glória humana e o bem-estar pessoal” (cf. Doc 105 CNBB, 83), preciso buscar incessantemente a “conversão pessoal e pastoral”. Pois, só assim, ajudaremos “os membros da Igreja a se encontrar sempre com Cristo, e assim reconhecer, acolher, interiorizar e desenvolver a experiência e os valores que constituem a identidade e missão cristã no mundo” (cf. DAp. 279).
Paz e bem!
Diác. Misael da Silva Cesarino




[i] O pelagianismo, proveniente da doutrina de Pelágio, no final do século IV, ensina que o ser humano tudo pode, tudo faz, tudo consegue, sem precisar da graça de Deus.

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

A INGRATIDÃO NO COTIDIANO

Ingratidão é o comportamento humano de não reconhecer o bem que alguém nos fez. Pois, uma pessoa ingrata não valoriza as bênçãos, isto é, os benefícios que recebeu e nem agradece o benfeitor. Em vez disso, o ingrato só vê sempre os problemas e os benefícios que não recebeu. A pessoa ingrata nunca está satisfeita.
A ingratidão mostra o quanto o homem está longe de Deus, extraviando-se em seus vãos pensamentos, obscurecendo seu coração e se levando pela insensatez. (cf. Rm 1,21). Pois, a ingratidão é filha da soberba e companheira da inveja. A ingratidão, a soberba e a inveja são como três cachorros loucos que quando mordem deixam feridas profundas e cicatrizes duradouras.
Essa praga chamada ingratidão consiste em esquecer, desconhecer ou reconhecer mal os benefícios recebidos, ela tem sua origem na insensibilidade, no orgulho e no interesse próprio das pessoas. Podemos dizer que existem três classes de ingratos: aqueles que silenciam diante do favor recebido; os que cobram e os que se vigam. A atitude de ingratidão e sempre mostrada por aquelas pessoas que são vazia e não tem nada de belo no coração para oferecer ao outro. Um coração ingrato é fraco e nunca será feliz.
Pessoas que retribuem com ingratidão um gesto de bondade, tem o coração e alma ferida pela ruindade. Essas pessoas pensam que vão diminuir ou justificar a sua atitude de ingratidão relembrando frequentemente os vícios ou defeitos dos seus benfeitores, como diz o livro do Eclesiástico 29,22 “...o coração ingrato abandona o seu libertador”.  O pior erro da pessoa ingrata e afastar-se das pessoas que mais se importam com ela. O livro da Sabedoria 16,29, diz: “...a esperança do ingrato é como a geleira do inverno, que se derramará como água inútil”.
E pasmem! A ingratidão vinda de quem amamos dói muito mais do que uma surra do nosso maior inimigo, pois dói na alma. Mas, aquele homem ou mulher que teve a coragem de fazer o bem, tem que ter a sabedoria divina para suportar a dor da ingratidão. Para isso, é necessário criar no coração, ou melhor no mais íntimo da nossa alma o espírito da gratidão, pois ela enobrece a nossa alma e refina o nosso caráter. Ela irá dar sentido ao nosso passado, trará a paz para o nosso hoje, e nos dará a visão e percepção do como será o nosso amanhã. Portanto, é preciso que sejamos gratos aos benefícios alcançados de Deus ou de outrem, pois a gratidão é uma das maiores medidas do nosso caráter enquanto pessoa humana. Pois, uma pessoa grata costuma ser humilde, fiel, companheira e amiga dos amigos.
Que Deus nos de a graça de sermos mais agradecidos no dia-a-dia da nossa existência, pois uma das marcas de um caráter forte é ter um sentimento de gratidão pelas bênçãos e benefícios recebidos. Que esse espirito de mais gratidão e menos ingratidão permeiem o cotidiano das nossas casas, das nossas comunidades, das nossas pastorais, da nossa igreja, enfim todos os ambientes do nosso convívio. Pois, não é tão difícil de cultivar o espírito de gratidão.
Deus abençoe cada um de vocês pela amizade e carinho.
Diác. Misael 

domingo, 30 de outubro de 2016

OUTUBRO SE FINDA...MAS A MISSÃO CONTINUA.


Estamos concluindo o Mês de outubro, mês de dedicado as missões. E a pergunta que faço é esta: “Acabou a Missão”? Pois é mais ou menos assim que funciona o nosso agir eclesial. Temos uma campanha seja ela qual for, e depois da Campanha vem o esfriamento pastoral.
Amados, partindo do pressuposto de que o significado de missão no contexto bíblico, inicia-se com a revelação do próprio Deus na história, logo percebemos que o padrão para qualquer definição do nosso agir missionário deve ser compreendido através da missão do próprio Deus: Uma missão contínua! Vejam que tanto na antiga como na nova aliança podemos aprender com os “modus operandi” da missão divina com relação a salvação da humanidade, é válido aprendermos com Ele próprio o significado da missão.
Primeiramente a missão é uma entrega pessoal. E isso, vemos desde da narrativa bíblica do livro do Genesis, na natureza do amor de Deus, uma vez que, mesmo antes dEle criar a luz, já existia no seu projeto a cruz sacrifical de Cristo em favor da Salvação do gênero humano – “… o cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo.” (Ap 13, 8). Este amor altruísta de Deus está nos indicando o verdadeiro significado da consciência missionária dos seus discípulos: a renúncia, onde a importância e o significado do outro assume o lugar das nossas conveniências e interesses pessoais – “... segundo o exemplo de Cristo, que nos amou e por nós se entregou a Deus como oferenda e sacrifício de agradável odor”. (Ef 5,2)
A Missão é uma atitude de renúncia pessoal, enquanto que, a nossa entrega é um ato de doação, a renúncia é a nossa a atitude de esvaziamento.  A Sagrada Escritura declara que Jesus – “Sendo ele de condição divina, não se prevaleceu de sua igualdade com Deus, mas aniquilou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e assemelhando-se aos homens.” (Fl 2,6-7). Isso nos leva a concluir que, a missão segundo a vontade divina sempre estará atrelada a atitude da renúncia, que significa deixar para conquistar, ou perder para ganhar, elucidando assim a afirmação do Apóstolo Paulo que diz – “Somos julgados tristes, nós que estamos sempre contentes; indigentes, porém enriquecendo a muitos; sem posses, nós que tudo possuímos!” (2 Cor 6,10)
A Missão é o fruto essencial. Dentre os diversos pressupostos bíblicos relacionados com a missão da igreja, é válido ponderar com algumas perguntas que certamente ampliarão o alcance da nossa reflexão e conscientização – Tendo o cristão católicos ou não, consciência da relevância e necessidade de se fazer missões, qual o motivo de muitos continuarem indiferentes e apáticos com relação ao assunto?
Acredito que possivelmente, uma das razões de termos católicos indiferentes e apáticos é pelo fato, de que, antes da missão acontecer, primeiramente o “ser” do discípulo missionário precisa acontecer, sendo ele forjado pelo Espirito no caráter e sentimento de Jesus Cristo. Observem amados que, na descida do Espírito Santo, o poder que os discípulos receberiam, seria para eles “ser” testemunhas, (Atos 1,8). De modo que, a missão começa antes do “fazer”, inicia-se primeiramente no “ser” do discípulo.
Missão é trabalho factual, palpável. A missão de Jesus Cristo, não consistia em esperar os pecadores se aproximarem Dele, mas antes, Ele o próprio Cristo tomava a iniciativa de ir até aos necessitados. Observe que, o mandamento da grande missão ordenada por Ele é – “… Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura.” (Mc 16,15). O mandamento não diz “Esperai por todo mundo e pregai”, mas antes, a ordem é “Ide e pregai”, afirmando que a nossa missão eclesial é de natureza imperativa e ativa.
Resumindo, nesses tempos em que estamos vivendo, verificamos que o perfil de sucesso espiritual de alguns cristãos católicos não está mais vinculado ao ser um discípulo missionário, mas antes, em tornar-se um turista eclesial, seguidores de personalidades, um sem pertença comunitária. O mês de outubro com sua proposta de aguçar nossa consciência missionária está findando, mas urge a necessidade de resgatarmos diariamente em nossas comunidades e fieis a consciência e a urgência da missão da Igreja, tendo em conta que “cuidar da casa comum é nossa missão”, missão daqueles que encontraram com Cristo. Outubro se foi, mais a missão redentora da Igreja continua. Então usa-nos Senhor!
Nossos agradecimentos à todos missionários e missionárias, que se dispuseram a doar uma parcela do seu tempos neste últimos anos em nossa paroquia para a causa missionária. Deus abençoe a todos!

Diác. Misael da Silva Cesarino
Na festa de São Judas Tadeu 2016

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

É POSSÍVEL VIVER SANTIDADE NA POLÍTICA!

É POSSÍVEL VIVER SANTIDADE NA POLÍTICA!

Caros leitores e eleitores, “Refletindo...” volta novamente ao assunto sobre a política, até porque já estamos em plena campanha eleitoral para as prefeituras municipais das grandes e pequenas cidades – municípios.  É um tempo de refletir é tomar decisão consciente, porque ela implicará no destino dos municípios pelo menos por quatro anos. Mas, ao meu entender não basta só os eleitores tomar as devidas cautelas para uma decisão “acertada”, é preciso que os que se apresentam como candidatos a prefeitos ou vereadores sejam pessoas íntegras.
Fiquem atentos os incautos para o fato de que, não se fica um homem ou mulher qualificado, isto é “bonzinho, santo, cheios de virtudes franciscanas, vicentinas, carismáticas, etc.” de hora para outra. Santidade é uma vida centrada diariamente em cristo. Também, não se fica um católico ou evangélico qualificado, isto é convertido só no período eleitoral. O que observamos é nessa época de eleição um corre-corre as igrejas de indivíduos que durante suas vidas viveram como se elas – igrejas - não existissem e agora se apresentam com “cara de anjos”, para sensibilizar os fiéis. Os famosos convertidos da santa eleição.
A santidade trata-se da separação e renúncia daquilo que é impuro, mau e profano, desonesto, pecaminoso dedicando-se a uma vida de devoção e consagração à Deus. Para nós cristãos, viver uma vida de santidade significa abdicar de práticas consideradas abomináveis diante de Deus, e comprometendo-se com tudo aquilo que e tido como "santo", isto é, no sentido de ser honesto, limpo, louvável, correto, benigno e etc. Uma grande maioria dos nossos candidatos precisam se qualificar nesse sentido, como seres humanos bons, honestos e morais. Precisam buscar na fé vivida seja através do cristianismo ou de outras religiões encontrar Deus, e com Ele viver seu dia a dia, pois o homem que não vive comunhão com Deus e não o carrega no coração vira “bicho”. E bicho meus amados, vive segundo seus instintos animalescos. Aliás, os políticos não precisam ser “santos”, mas precisam ser humanos, filantropos, precisam cultivar a caridade no coração, pois ela é a única virtude que carregamos para a eternidade.

Quero lembrar aos nossos candidatos que, existe na Igreja um santo, proclamado Padroeiro dos Governantes e dos Políticos que soube testemunhar até ao martírio a dignidade inalienável da consciência. Dele emana uma mensagem que atravessa os séculos e que fala aos homens e mulheres de todos os tempos dessa dignidade da consciência que deve permear a vida dos nossos governantes e políticos. Esse santo é chamado de São Tomaz Moro, que chegou a pensar em ser um religioso vivendo por quatro anos num mosteiro, mas desistiu. Aos vinte e dois anos, já era doutor em direto e um brilhante professor. Como não tinha dinheiro sua diversão era escrever e ler bons livros. Além de intelectual brilhante tinha uma personalidade muito simpática, um excelente bom humor e uma devoção cristã arrebatadora. Como eu disse anteriormente, ele tentou tornar-se um religioso “franciscano”, mas sentiu que não era o seu caminho. Então, decidiu pela vocação do matrimônio. Casou-se, teve quatro filhos, foi um excelente esposo e pai, carinhoso e presente. Mas sua vocação ia além, ela estava na política e na literatura. 
No ano de 1529, Tomás Moro era o chanceler do Parlamento da Inglaterra e o soberano era o rei Henrique VIII. Mesmo entranhado no poder real Tomás Moro nunca se afastou dos pobres e necessitados, ele regularmente os visitava para melhor atender suas reais necessidades. Sua casa sempre estava repleta de intelectuais, mas também de pessoas humildes, preferindo a estes mais que aos ricos. Ele evitava a todo custo o envolvimento com a vida sofisticada e mundana da corte. Era muito admirado e amado por sua esposa e seus filhos, pelo caráter, pela honestidade e pelo bom humor, que lhe era peculiar em qualquer situação. Ao longo de toda a sua vida, foi um marido e pai afetuoso e fiel, cooperando intimamente na educação religiosa, moral e intelectual dos filhos.

Ele foi martirizado no meio de uma grande controvérsia, quando o rei Henrique VIII tentou desfazer seu legítimo matrimônio com a rainha Catarina de Aragão, para casar-se com a cortesã Ana Bolena. Isso envolveu a Igreja, a Inglaterra e boa parte do mundo, fato que contrariou todas as leis da Igreja que se baseiam no Evangelho e que reconhece a indissolubilidade do matrimônio. E para fazer a vontade do rei, o Parlamento Inglês curvou-se e publicou um documento tido como “Ato de Supremacia”, que proclamava o rei e seus sucessores como chefes temporais da Igreja da Inglaterra. Diante disso, o rei mandou prender e matar todos seus opositores. Entre eles estavam o chanceler Tomás Moro e o bispo católico João Fisher, as figuras mais influentes da corte. Os dois foram decapitados: o primeiro foi João, em 22 de junho de 1535, e duas semanas depois foi a vez de Tomás, que não aceitou o pedido de sua família para renegar a religião católica, sua fé e, ainda, fugir da Inglaterra. Morreram por não concordar com os “conchavos da corte” e manter a dignidade das suas consciências.  Ambos foram canonizados na mesma cerimônia pelo papa Pio XI, em 1935, que indicou o dia 22 de junho para a festa de ambos, e o saudoso papa João Paulo II, no ano 2000, declarou são Tomás More “Padroeiro dos Políticos”. Portanto senhores candidatos, exemplos e testemunhos de coerência política e dignidade de consciência há, basta segui-la.

Lembrem-se senhores candidatos, quando o homem ou a mulher prestam ouvidos aos apelos da verdade, sua consciência será guiada com segurança e consequentemente os seus atos são norteados para o bem. É precisamente por causa do testemunho de vida que evoquei nesta reflexão São Tomás Moro, (nome sugestivo nesse tempo da Lava Jato) que derramou o seu sangue em favor da verdade sobre o poder e os conchavos na corte. Ele deve ser para os que pleiteiam cargos político um exemplo imperecível de coerência ética e moral diante do sofrimento do nosso querido povo. Mesmo que não seja você cristão, ainda que esteja fora da Igreja católica, mas que se sente chamado a guiar o destino da nossa cidade faça da sua vida uma fonte de inspiração, para que tenhamos uma política que visa não as benesses dos seus mandatários, mas tenha como termo o serviço da dignidade da pessoa humana.
Portanto, é possível viver santidade na política!
Paz e bem!
Diác. Misael da Silva Cesarino